26/03/13

Sobre Guy Debord e a vanguarda que "esteve por detrás dos protestos do Maio de 68 em França"

Ficamos a saber por uma peça informativa do Público sobre Guy Debord que este foi um dos membros da vanguarda que "esteve por detrás dos protestos do Maio de 68 em França". Mas talvez continue a valer a pena interrogarmo-nos sobre as condições históricas da retaguarda que reboca "por de frente" esta inovação político-conceptual.

7 comentários:

Anónimo disse...

Se não estou em erro, a edição francesa da Sociedade do Espectáculo é de 1967 e foi de bastante influência à época ... pelo que a expressão está correcta. Não vejo o porquê da incorrecção...???

João Valente Aguiar disse...

Anónimo,

Debord não rima, de modo nenhum, com a noção clássica de vanguarda cristalizada, dirigista e substitucionista. Influência não é o mesmo que vanguarda.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Antes de mais, a noção de vanguarda é relativa, pois não precisa de ser esse conceito quadrado de vanguarda suada e leninista que você refere... A vanguarda pode ser, e muitas vezes é, pensante.

E, além do mais, não foi a isso que eu referi quando fiz o meu comentário, mas ao facto de você ter dito que "rebocava pela frente", assumindo como certa a data de edição da Sociedade do Espectáculo referida no artigo, e fazendo um comentário "chico-esperto", demonstrando também a sua ignorância como o autor ou autora do artigo... :-)

E, por conseguinte, o seu comentário ao meu, não foi assim verdadeiramente uma resposta ao mesmo, mas uma mera distracção para ver se os seus leitores olhavam para "outro lado"...

As melhoras para a sua retórica ;-)

Anónimo disse...

então não foi o panfleto "da miséria do meio estudantil" que começou efectivamente o "Maio de 68"?

João Valente Aguiar disse...

Para o anónimo das 09:11,

o comentário das 01:29 foi meu e o texto do post do Miguel Serras Pereira...

Niet disse...

Talvez convenha sublinhar que Guy Debord participou no movimento politico criador inicial erguido a golpes de génio e audácia por Castoriadis, Lefort, Lyotard, entre outros, em torno da revista "Socialisme ou Barbarie",em finais dos anos 40. E, apesar do seu hegelianismo sem limites,Guy Debord sempre defendeu os Conselhos Operários desde o início da sua actividade prática-teórica sinalizada na " A sociedade do Espectáculo ", publicada em 1967. " Pannkoek insistia justamente no facto de que a escolha de um poder dos Conselhos operários " propõe problemas " mais do que traz uma solução. Mas este poder é precisamente o lugar onde os problemas da revolução do proletariado podem encontrar a sua verdadeira solução. É o lugar onde as condições objectivas da consciência histórica estão reunidas; a realização da comunicação directa activa, onde acabam a especialização, a hierarquia e a separação, onde as condições existentes foram transformadas " em condições de unidade ", in " Sociedade do Espectáculo". Salut! Niet

Miguel Serras Pereira disse...

Há nesta caixa de comentários um mal-entendido de base (não, as "Banalidades de Base" não foram escritas por Debord…). O meu post era uma simples confissão da minha incapacidade de apreender a dialéctica da "vanguarda por detrás"…
Quanto às datas, já que alguém para aqui as chama, julgo saber que a primeira edição da Sociedade do Espectáculo (francesa) é de 1967; a edição original De la misère en milieu étudiant, data de 1966, e foi publicada em Estrasburgo.

msp