Enquanto esperamos a boda

Os últimos tempos têm sido marcados pela encenação da divergência entre PS e PSD. Sócrates aparece como defensor do Estado Social e Passos Coelho, depois do desastrado anúncio da revisão constitucional, apresenta as suas propostas inamovíveis em matéria fiscal, ainda que lhes confira a maleabilidade necessária para que isso não pareça uma falta antecipada às rondas de negociações que se vão fazendo nos bastidores. Um e outro conhecem o desfecho da coisa mas, a bem da preservação do seu espaço político, convém que o tango seja substituído por uma tarantella desgovernada antes do enlace final. Tomem lá uma hipótese de coreografia que até integra uns passos vertiginosos para o dançarino de Boliqueime.