13/12/10
Recado aos tontos
por
Luis Rainha
Apoiar alguém que foi preso por uma ditadura por expressar opiniões não implica a concordância com todas essas opiniões. Podem vir aqui escrever que o Liu Xiaobo é fã do Dubya ou até do Pinto da Costa, que em nada alteram a prepotência que sobre ele é hoje exercida.
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11 comentários:
clap, clap, clap
Olha, tonto, não vale a pena referir o pinto da costa. O Xiaobo APOIA UMA INVASÃO COLONIAL DA CHINA POR BANDA DOS EUA. Chega? Sabes o que significa, em termos históricos, pugnar pela colonização da China?
Dizes que vocês não apoiam as suas opiniões. Mas olha a porta de entrada da tua casa: "Os signatários saúdam como uma boa notícia para a causa global da defesa e extensão das liberdades e direitos democráticos em todo o mundo a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Liu Xiaobo".
É uma boa notícia para a defesa da democracia aclamar um colonialista?
Tonto é a tua tia, pá.
E olha, tonto, as vossas catilinárias ao Renato Teixeira, com o XIAOBO pelo meio, esse mártir da "causa global da defesa e extensão das liberdades e direitos democráticos em todo o mundo", faz de vós uns patuscos. Não sei se estás a ver? Estás, tonto?
Para quem nos chama tonto, normalmente, respondemos com tonto e meio. Mas, tratando-se do preclaro camarada Luis Rainha, no brilhante exercício dos seus melhores dotes de desconstrutor da superstição, a coisa não vai senão com de idiota certificado para cima.
Portanto, como eu ia dizendo, e para começar, é falso que Liu Xiaobo seja um colonialista ou apoie uma invasão colonial da China. Em segundo lugar, é um ponto de honra de qualquer libertário ou simples democrata que se preze defender a liberdade contra as cadeias de um partido único, vanguarda da precarização global por via policial e militar (se não queres a precariedade "livre", vais para o campo de trabalho para te harmonizares) - sem esquecer, já agora, foi Rosa quem o disse, mas até um idiota burocraticamente certificado percebe, "a liberdade é sempre a liberdade de quem pensa de outro modo". Em terceiro e último lugar, os arruaceiros supersticiosos, que se encapuçam no anonimato para defender ao coice as suas crendices, são os empata-a-coisa de todas as lutas que vale a pena e é urgente travarmos.
Até depois, ó vá-se embora que já cá esteve tempo demais
msp
Ó miguel, olha que tu qd te enervas percebe-se tudo
-:)
Qual é o problema ser amigo do Pinto da Costa.
Pois é, Ana. Pelo menos, esforço-me…
Faço mal?
miguel sp
"é falso que Liu Xiaobo seja um colonialista ou apoie uma invasão colonial da China". Repete quantas vezes quiseres. Tenta convencer-te a ti e a quem quiseres.
A realidade continua. O Xiaobo apoia e lutou por uma invasão colonial da china. Informa-te. Como dizia um presidente do benfica, "bebe um bocadinho de água (ou de outra coisa qualquer) para te acalmares". As tuas furiazitas de garoto mimado impressionam muito pouco. Não sei se percebes...
«Mas haverá na verdade alguma diferença entre a Alemanha do sr. Hitler e a França do sr. Daladier ou mesmo a Inglaterra do sr. Chamberlain?»
Isto foi escrito em lena agressão nazi (1940) por... Álvaro Cunhal.
Aliás, o mesmo já tinha escrito
«Como podem eles justificar a continuação da guerra ofensiva contra a Alemanha? Pela reconstituição da Polónia? Mas o Estado polaco revelou-se um aglomerado inconsistente».
E daí? O homem enganou-se e escreveu umas bacoradas trágicas. Passa a nazi?
Anónimo ao serviço de Pequim,
receio que o colonialismo - neo, se quiser - seja o da sociedade pós-concentacionária (os campos continuam a existir como último argumento muito apreciado e tranqulizador, ao que parece, para os mercados) e de massificação da precariedade da RPC.
Sei também que há mais do que uma homologia com o fascismo propriamente dito numa ideologia que advoga a colaboraçõa "nacional" de ricos e pobres, aconselhando os últimos a não invejarem os primeiros e os primeiros a protegerem e socorrerem os segundos, para que a harmonia reine entre todos - "cada um no seu lugar", como requer a nova versão "harmoniosa" do "socialismo" lacado à Pequim.
Quanto ao resto, pelo sim, pelo não, aconselho-o a ir incomodar outro blogue mais condescendente com a superstição e o caceteirismo de sacristia do que este. É que não sei se percebe, mas cada comentário que você bolsa corre o risco de fazer passar o governo de Sócrates, o actual regime do país e da UE por males menores, é uma arma made in china nas mãos dos ideólogos da hierarquia e consta até que o próprio ministro das finanças locais propõe que os comentários do tipo dos seus sejam subsidiados ou que, pelo menos, os idiotas úteis que os escrevem beneficiem, a título de incentivo, de insenções tributárias. E nós, porra, propaganda do governo é coisa que aqui não estamos dispostos a fazer.
Vá e, por favor, não volte
msp
Tariq Ali escreveu em http://www.lrb.co.uk/blog/2010/12/11/tariq-ali/the-nobel-war-prize/
For the record, Liu Xiaobo has stated publicly that in his view: (a) China's tragedy is that it wasn't colonised for at least 300 years by a Western power or Japan. This would apparently have civilised it for ever; (b) The Korean and Vietnam wars fought by the US were wars against totalitarianism and enhanced Washington's 'moral credibility'; (c) Bush was right to go to war in Iraq and Senator Kerry's criticisms were 'slander-mongering'; (d) Afghanistan? No surprises here: Full support for Nato's war. He has a right to these opinions, but should they get a peace prize?
Na caixa de comentários, alguém transcreve o princípio do prémio Nobel "...and one part to the person who shall have done the most or the best work for fraternity between nations, for the abolition or reduction of standing armies and for the holding and promotion of peace congresses."
É evidente que a China é um atropelo aos direitos humanos, mas a Paz a que se refere o prémio Nobel é mais relativa a algo entre povos (ex. China e Tibete... pergunta bónus: estaria o ocidente pronto a aceitar uma teocracia medieval tibeatana? creio que sim...)
Finalmente, liberdade de expressão é um dos mais elevados valores dos direitos humanos. Assange foi caçado e nunca será prémio Nobel de coisa nenhuma.
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