13/07/10

«Isto é assim porque eu sei o que digo, não porque me dê ao trabalho de pensar agora sobre o assunto»

A forma como Cavaco Silva reage aos avisos pessimistas de Paul Krugman é sintomática de um certo Portugal: puxar das divisas é mais impressionante do que puxar pela cabeça; dizer que se escreveu uns livros sobre um assunto é salvo-conduto que nos exime de explicar seja o que for.
Depois de expostas as credenciais, convencer o palonço é só uma questão de ligar o achómetro: «Eu acho que», «nem acredito», «É sabido que». Os argumentos contrários desmentem-se num ápice: «é uma certa falta de conhecimento», pois todos sabemos que «Devemos confiar».
Esta espécie de Presidente que nos calhou soa igualzinho a um padre de província quando inquirido sobre uma qualquer inconsistência das Escrituras: argumentos de autoridade, apelos a um dito "senso-comum" e, acima de tudo, muita fé.

4 comentários:

Justiniano disse...

Rainha, meu estorninho atarantado, porque deduzes que os avisos do Krugman são "pessimistas"!?

Luis Rainha disse...

Tudo é relativo, ó augusto comentador.

Ana Paula Fitas disse...

Caro Luís Rainha,
Vou fazer link.
Obrigado.
Abraço :)

Justiniano disse...

Nem tudo, meu procônsul!