17/03/10

A Alemanha e a Grécia

O governo alemão (e, ao que parece, grande parte da opinião pública) opõe-se a ajudas da UE à Grécia.

Se (quando) a Grécia declarar* o default da dívida, no caso de alguns bancos alemães ficarem a "arder" também se irão opor a ajudas de emergência a esses bancos?

* isso pode ocorrer de duas maneira - a formal é a Grécia, simplesmente, anunciar a suspensão do pagamento da dívida externa; outro processo é a Grécia sair do euro, converter as suas dívidas em euros para "novos dracmas", a um dado câmbio e, a seguir, desvalorizar brutalmente o "novo dracma" (ou deixar ele desvalorizar-se por si)

3 comentários:

Anónimo disse...

M.Madeira: Essa lógica infernal- o Pensamento Único -a Economia de Mercado pura e dura - domina a UE, como sabe.Para mal dos pequenos países e, sobretudo, do seu proletariado industrial e classes médias.

O Libération tem um óptimo correspondente em Bruxelas, com um blogue incorporado no Libé. On Line: " Coulisses de Bruxelles. UE, Jean Quatremer!

Todas as suas questões abordadas no post estão contextualizadas nos vários artigos de Quatremer. Entretanto, no Le Monde/ Economie saiu ontem um bom artigo de Martin Wolf sobre toda a questão.Goste-se, ou não, da sua requintada ´perspectiva liberal...

O meu ponto de vista é o seguinte: acho que o mau funcionamento e a manifesta falta de unidade política real e substancial da UE, estão a causar ( e podem vir a agravar) a crise económica e social enorme que cresce no Velho Continente. Niet

xatoo disse...

um banco grego é um banco grego. Um banco alemão é um banco alemão.
Para perspectivarmos "a unidade" entre entidades europeias, teremos de partir do principio que um banco alemão (congregado em torno do BCE que é o motor da Europa dos capitalistas) nunca poderá encarar apostar dinheiro para investimentos sem juros a um banco grego (ou português ou chinómarquês)
O problema fulcral está na dependência do BCE da rede global sujeita às ordens da FED norte americana, que é preciso não esquecer: a união de bancos que forma a FED é gerida por entidades privadas!
Portanto, como sempre na sempiterna história de Principes e Plebeus, a crise para uns é um negócio de sonho para outros.
Desmontar o esquema onde o sr. Vitor Constâncio é um mero assalariado de luxo, é que se torna cada vez mais dificil...

Anónimo disse...

Caro xatoo: A lógica bancária é mais perversa e diabólica: o banco alemão é muito capaz de ser, directa ou indirectamente, accionista do banco grego...Há uma autonomia relativa entre a Fed, Wall Street e o BCE de Frankfurt. Por detràs da cortina não se sabe muito bem. Há concertações e alta racionalidade política, claro.o FMI, onde manobra o D.-Strauss-Khan, o Banco Mundial e as próprias Bolsas- de Londres e N. York, sobretudo - esses sim,manobram, manipulam e decretam.Mas os dikats do poder político- USA, U.E. e BIRC...-têm quase sempre a última palavra a dizer! O mundo só será feliz quando o último dos capitalistas for enforcado com as tripas do último dos " comunistas " estalinistas! Niet