Há realidade feroz que nos envolve e nos cerca. E, por mais que inventemos, não adianta muito dizer que "há vida para lá" do ciclo vicioso em que o Económico escapa ao Político (ou se reafirma neste). Podemos ter direito de voto que nos serve para pouco mais que nada. Se o Político não actuar eficazmente nas esferas e do modo que nos convém... Podemos ter liberdade de exprimir o que é politicamente correcto. Podemos agir controladamente dentro de um sistema, sob uma gestão governamental de rumos traçados em esferas de poder e tempos que não são os nossos e que começam a ser dramaticamente postos em causa. Mas não temos poder relevante, de facto. Não ter poder, de facto, é ver os possíveis e dizer que são impossíveis.
Não sou tão pessimista como o Carlos Ricardo, talvez por achar que nunca somos / estamos completamente despotenciados. Mas concordo com a ideia de que é necessário alargar a crítica política a esse "económico" que muitos tendem a ver como fatal, intocável ou distante.
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
2 comentários:
Há realidade feroz que nos envolve e nos cerca. E, por mais que inventemos, não adianta muito dizer que "há vida para lá" do ciclo vicioso em que o Económico escapa ao Político (ou se reafirma neste). Podemos ter direito de voto que nos serve para pouco mais que nada. Se o Político não actuar eficazmente nas esferas e do modo que nos convém... Podemos ter liberdade de exprimir o que é politicamente correcto. Podemos agir controladamente dentro de um sistema, sob uma gestão governamental de rumos traçados em esferas de poder e tempos que não são os nossos e que começam a ser dramaticamente postos em causa. Mas não temos poder relevante, de facto. Não ter poder, de facto, é ver os possíveis e dizer que são impossíveis.
Carlos
Não sou tão pessimista como o Carlos Ricardo, talvez por achar que nunca somos / estamos completamente despotenciados. Mas concordo com a ideia de que é necessário alargar a crítica política a esse "económico" que muitos tendem a ver como fatal, intocável ou distante.
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