25/03/10

"Portugueses recusam 58 mil empregos"

É o titulo do Correio da Manhã.

Mas lendo a notícia - e o relatório do IEFP [pdf] que lhe serve de base - a única coisa que ficamos a saber é que foram apresentados 118.935 ofertas de trabalho mas que o IEFP apenas conseguiu preencher 60.928. Ou seja, a notícia também se poderia chamar "58 mil empregadores recusam trabalhadores propostos pelo IEFP".

A verdade é que nós não fazemos a mínima ideia (pelo dados do relatório) se as 58 mil vagas que não foram preenchidas não o foram por os trabalhadores recusarem os empregos, se foram as empresas que recusaram os trabalhadores que o IEFP lhes propôs*, ou se simplesmente as empresas apresentaram ofertas de emprego para profissões em que nessa cidade não havia ninguém inscrito no IEFP (p.ex., foram apresentadas 1.003 ofertas de emprego para "especialistas de ciências físicas, matemática e engenharia" - página 46 do relatório - e foram apenas colocados 236 - pg. 56; será que houve 767 recusas, ou em muitos casos simplesmente não haveria ninguém com essa formação inscrito no Centro de Emprego local? Eu sei que há 11 anos não havia economistas inscritos no Centro de Emprego de Lagos, a tal ponto que tiveram que ir buscar um a Portimão).

*na verdade, haverá casos em que empresas apresentam ofertas de emprego ao IEFP por razões legais (p.ex., creio que as instituições públicas são obrigadas a isso), mas sem uma verdadeira intenção de contratar por essa via

1 comentários:

Anónimo disse...

só para informação, as instituições públicas n anunciam nos centros de emprego as suas ofertas, essas estão no bep - bolsa de emprego público.