31/03/10

Uma carta da Associação Ateísta Portuguesa

… enviada hoje ao bispo Carlos Azevedo, a propósito da visita do papa a Portugal.

«A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) compreende a preocupação da Igreja católica com o ateísmo, a ponto de ter realizado a peregrinação de 13 de Maio de 2008, a Fátima, "contra o ateísmo na Europa"» e de, no mesmo ano, o Sr. Patriarca Policarpo ter considerado o ateísmo como o "maior drama da humanidade", maior ainda que a fome, as doenças, as guerras, as catástrofes naturais, a pedofilia e o terrorismo religioso. E a AAP reconhece, e defende, o direito de V. Ex.ª e da sua Igreja de não gostar de ateus e de manifestar o azedume que esta associação lhes tem causado nestes escassos dois anos que leva de existência.»

Na íntegra, aqui.

4 comentários:

Anónimo disse...

Por comungar da convicção antiteísta, pertencendo portanto a outra comunidade de pensamento, demarcada da fórmula inodora do ateísmo, sinto-me inibido de assinar esta carta. É a vida, a que existe à margem e além do ópio da fé. Com pena, porque a cvarta está bem esgalhada.

João Tunes

Joana Lopes disse...

Não consegues ficar pelo neo-ateismo? Sempre se conseguia um máximo divisor comum mais amplo... :-)

Miguel Serras Pereira disse...

Caro João Tunes,
não sei se, apesar de tudo, caso você explicite claramente os seus propósitos políticos e filosóficos, não poderemos entender-nos com a Associação Ateísta e muita outra gente na luta por aquilo a que eu tenho chamado a destituição política da religião, e/ou a natureza ateia da democracia (ainda quando participada por cidadãos que também são crentes), pois que a democracia implica que a lei seja dita e feita com palavras humanas, as quais todos os cidadãos têm igual direito a usar ao deliberarem e decidirem das leis que, livremente e por sua conta e risco, se dão.
Não acha que a dessacralização ou desconsagração do poder são condições da democratização do seu exercício e que a democratização do exercício do poder político através da participação igualitária dos cidadãos minaria decididamente a própria ideia de "vontade de Deus" como princípio de organização e interpretação do mundo?
Um abraço para si

msp

Anónimo disse...

Ah sim, pois claro, Joana e Miguel, vencido o meu sectarismo semântico, vamos a isso.

João Tunes