Durante um protesto que procurava sinalizar o sétimo ano de detenção de 75 opositores cubanos, as Damas de Blanco foram agredidas por populares e agentes do regime, estando algumas de momento a receber tratamento hospitalar. O tom acusatório e o ódio à livre expressão, patentes nesta reportagem da TV Cubana, mostram bem de que lado estão os opressores.
Para uma perspectiva menos «revolucionária» do sucedido, ver o vídeo abaixo:
18/03/10
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
20 comentários:
decididamente começo a chegar à conclusão que este VdF é um sitio pouco frequentável
então agora a TVE gerida pela dupla Zapatero&Aznar já é mais credivel nas suas acções ingerência que a televisão nacional de um país?
já agora tenham a lata de postar também um video do Aznar... que diz exactamente a mesmissima coisa que o douto Cardina
Nem quero acreditar, esta é a posição tomada pelo colectivo do blogue?
Caro Xatoo,
Isto não é nenhuma posição colectiva. É um post. Com dois vídeos - duas versões - de um mesmo acontecimento.
pois, pois, "duas posições" o sr. Cardina é neutro e eu sou a virgem maria.
faz links para as madres de blanco promovendo a causa de 30 gajas que vivem sem emprego conhecido (vivem do ar da floridita) e depois pretende limpar-se usando um púdico distanciamento entre a táctica do Bush e os que são contra ele (um expert no uso das tais "duas versões do acontecimento"
Sinceramente, já vi o CDS com uma banca montada no Rossio a promover esta causa de forma bem melhor; pq ao menos essses não enganam ninguém
ps: saberá por acaso o sr, Cardina que as "tais madres" não foram paridas em 2003 como a propaganda quer fazer crer, mas foram criadas logo nos meses seguintes em Miami por um ex-ministro do governo deposto do ditador Fulgêncio Batista? sabia que o neto desse ministro se chama Lincoln Diaz-Ballart e é senador pelo Estado da Flórida/EUA?
Com tais compadres na sua "luta pela democracia" em conjunto com todos os oliveiras bloquistas deste país, o que é que o sr. Cardina afinal defende e pretende com este post?
Por quem é que o sr. faz campanha? tenha a bondade de se explicar, sff
carísimo xatoo, isto é uma espécie de esgoto monotemático.
Não vale muito a pena voltar aqui.
(Apague isto sr. Cardina, força.)
Caro Xatoo,
Não disse que era neutro. Disse que eram duas versões de um mesmo acontecimento. Não posso ser neutro perante mulheres que se manifestam para assinalar o sétimo ano de detenção dos seus maridos e filhos, presos políticos de um regime de partido único, e que são sequestradas daquela forma. Não posso ser neutro perante uma reportagem televisiva toda ela feita com linguagem instigadora de ódio. Não posso ser neutro perante um regime cujas violações de direitos humanos são justificadas por incidirem sobre "presos de delito comum", "contra-revolucionários" ou "inimigos da pátria". Não posso ser neutro perante uma ditadura que não é uma ditadura qualquer, mas aquela que mais fascínio exerceu sobre a esquerda, e que ainda provoca tiradas como essa do "ou estás com o PCC ou estás com Laura Bush". Não posso ser neutro quando há gente que por lá arrisca a vida pela liberdade e não descobre por cá a solidariedade daqueles que a dizem defender. Não posso ficar neutro perante um regime - seja ele uma democracia, uma ditadura, uma monarquia ou uma república popular - que pratica a pena de morte. Tudo isto e ainda sou contra o bloqueio, veja lá.
Eu chamei a este sítio esgoto monotemático, e não vejo nada.
Nunca apagaria um comentário desses no blogue onde escrevo.
Caro Miguel,
o teu post é uma tomada de posição individual, sim, mas devo dizer-te que tem pontos de partida e conclusões que só podem partilhar contigo todos os que estejam efectivamente apostados numa transformação democrática dos regimes que nos governam e na generalização da liberdade igual para todos e da igualdade de todos por todos garantida que é o horizonte da cidadania activa.
Quanto àquilo que o Carlos Vidal, assumindo a atitude de um comissário estalinista do saneamento ideológico das massas, e o Xatoo, adoptando os modos grosseiros de um polícia de costumes de ditadura militar que não lhe cai nada bem e destrói os pressupostos de outras suas intervenções mais civilizadas, aqui escrevem, equivale a alinhar com a concepção que tem da democracia e do "socialismo" a direita mais caceteira e ultramontana e a linha da frente mais aguerrida das hostes do capitalismo selvagem.
O objedctivo do newspeak - ou novilíngua - de Orwell era impedir a representação e a comunicação de ideias como a liberdade, a igualdade, a discussão racional, o exercício crítico do pensamento. Era impedir não só que se dissesse : "o Grande Irmão é um tirano à cabeça de um regime esclavagista e concentracionário", mas impedir também que isso pudesse ser pensado ou formulado como algo mais do que um ruído. Ora tal é justamente a linguagem e o modo de falar que os discursos dos teus invectivadores prenunciam ou tendem a promover em acto, excluindo a discussão de qualquer juízo político e o dar conta e razão das posições assumidas.
A diferença é que o Carlos Vidal o faz por ódio à democracia e ao debate igualitário, enquanto o Xatoo, se não me engano, o faz por pensar - mal, pessimamente - que há-de chegar ao estádio superior do comunismo por via predominantemente guerreira.
Um abraço
msp
Adenda ao meu comentário anterior:
onde se lê "A diferença é que o Carlos Vidal o faz por ódio à democracia e ao debate igualitário…", convém precisar "por ódio sacerdotal e académico-despótico à democracia e ao debate igualitário".
msp
Miguel 1=2
“ o que apelida de “via predominantemente guerreira” tem nome, chama-se luta de classes e não é para ser enterrada. Excepto para os intelectuais que nos fins-de-mês têm sempre um académico guichet do Estado à sua espera. Seriam possiveis "outras intervenções mais civilizadas" se me deparasse com um alinhamento de ideias menos primatas.
Já devem ter reparado que até aquele “o seu comentário será publicado após aprovação” contradiz aquilo que vcs dizem pretender em teoria, nada na prática: “liberdade, a igualdade, a discussão racional, o exercício crítico” – assim, se pensam que me vão condicionar na desmontagem dos vossos dislates pseudo-autónomos bem podem exercer o vosso direito de censura; não precisam de rotular o outro de “grosseiro”. Se não publicarem “grosserias” inconvenientes tenho aqui um dedo mindinho que me diz que o 5Dias as publica.
Quanto ao não assunto em si, a imbecilidade começa logo no titulo: “e depois a culpa é do alemão” – para além Volker Pellet, amigo pessoal e coordenador da blogger Yoani Sanchez uma “oprimida lutadora” que já viu facturas suas pagas pelo Grupo espanhol Prisa publicadas na Internet; e do diplomata checo Frantisek Fleisman pode-se arranjar dúzias de nomes de estrangeiros comprometidos com o neoconservadorismo internacional envolvidos que actuam localmente no pretendido desmantelamento da autonomia e soberania de Cuba: o britânico Chris Stimpson, Lowell Dale Lawton, os Repórteres sem Fronteiras em peso, por último até a Amnistia Internacional condicionada pela Europa; Kathleen Duffy assistente da organização politico-económica SINA; o norte americano Alan Gross abusou da paciência das autoridades e está preso desde Dezembro nas “tenebrosas masmorras de Cuba”, mas para este último não é muito conveniente organizar-se uma grevezita de fome, senão morria a opinião pública com uma pançada.
Vá lá sr. Cardina, dê asas à sua veia kiplinguiana sacana mascarada de marxiana e não reconheça que, num estado de declaração de guerra e cerco, os soldados em luta devem seguir livremente o comandante eleito para liderar a emancipação e libertação à frente de um povo em armas.
Xatoo,
talvez eu devesse ter dito "militar" ou "militarizada" e não só "guerreira" - que você pode interpretar como fez. É evidente que tudo o que escrevo sobre a extensão da democracia, o exercício do poder político e económico pelos cidadãos organizados, o autogoverno e a autonomia, implicam a luta de classes e o seu desenvolvimento. Ou mais, precisamente, visam a supressão das classes e da subordinação hierárquica. E também das formas de poder político e económico correspondentes - que reproduzem, promovem e restabelecem a ordem classista. É por isso mesmo que o combate pela democracia não se pode fazer em termos que sejam a sua negação e que o modelo dos dois exércitos em guerra é absolutamente inadequado e tóxico.
A própria "violência legítima" do combate contra a hierarquia e o poder político classistas terá de se definir segundo critérios diferentes dos critérios militares, que são tudo menos socialmente neutros, da ordem que entendemos contestar. Para não lhe prestarmos o serviço supremo que é reproduzi-la, reforçá-la ou reciclá-la dando o ar de estar a combatê-la.
Saudações democráticas
msp
LOL é a única palavra.
As senhoras vestem-se de branco e são legitimas opositoras, mas as pessoas que não concordam com elas, e que marcam a sua posição, são uma "turba"
Puseram dois vídeos, nenhum dos dois espelha a realidade. Se a intenção era entre duas versões tão ridiculamente opostas provocar a chegada ao meio termo, a intenção falhou redondamente.
O ridículo dos dois vídeos impede qualquer racionalização.
Miguel Serras Pereira tem cá uma paciencia...
Caro anónimo,
Não chamei "turba" a quem tentou boicotar a marcha. Acho legítimo que alguém se manifeste a favor do regime cubano. O que não acho legítimo é que travem quem se manifestava pacificamente e, pior, contem para isso com a conivência das forças policiais, que agrediram as manifestantes e as colocaram em dois autocarros.
AG disse...
"Miguel Serras Pereira tem cá uma paciência..."
Não apenas. MSP consegue a proeza digna do guiness que é responder sempre, mas sempre, sem nunca citar qualquer facto concreto. A teoria erguida sobre castelos no ar (óh o mítico Walhalla onde se refugiaram os bons deuses) é hoje, à luz do conhecimento das estruturas do poder construido, simplesmente cagativa. É como se alguém suspendesse uma bigorna sobre a cabeça do MSP e ele respondesse agitando maços de algodão hidrófilo.
Mas confesso que é um caso de habituação à retórica; por mim fico sempre extasiado com a droga
Miguel Serras Pereira,
Está tudo bem, concordo com tudo.
Mas há, no teu argumentário, uma coisa suspeita muito repetida. Um enigma, digamos: já por mais de uma vez ou duas ou três, sou acusado de "académico", qualquer coisa "do Chiado" (não me lembro o que disseste). Não me cheira bem, essa repulsa pela academia. Não entendo. Onde queres chegar?
Xatoo,
você tenha cuidado porque, a continuar pelo caminho que leva, ainda acaba por descobrir a pólvora.
Você diz que este sítio é pouco frequentável - então, o que é que vem cá fazer? Policiar os nossos costumes? Arranjar material para nos processar? É tempo perdido, homem: trate antes de arranjar tempo para reflectir um pouco no que lê e no que diz. Não é difícil e vale a pena.
Por outro lado, acha que nós não devíamos condicionar a publicação de comentários - ao contrário do que fazem quase todos os blogs e nomeadamente o 5dias onde você já viu recusado um seu inofensivo comentário sobre Orwell - e que se o fazemos é para preventivamente o impedirmos de desmontar as nossas posições políticas pró-imperialistas. E ameaça que, se o censurarmos, irá para o 5dias publicar o material recusado nesta casa. A minha pergunta é porque é que não vai já, sem esperarmos que o censure, e se possível levando o Carlos Vidal consigo?
Siga mais este conselho bem intencionado que lhe dou, que lhe poupará muita descarga de adrenalina e a mim, pessoalmente, o confrangedor espectáculo de ver alguém que tenta a todo o custo convencer-se e convencer os outros da eficácia da via policial da transição para o socialismo.
Boa viagem e melhor fim de semana.
O Carlos Vidal interroga-me sobre a minha "repulsa pela academia". Ora, como se depreende do meu comentário que o visava, é a repulsa pelo "governo dos sábios", através da "divina mentira" e da entronização do mito para acalmar o rebanho e o fazer seguir o pastor, devidamente autorizado pelo saber ou pela iluminação reservada aos iniciados nos arcanos de um poder que se autojustifica em nome do saber, da competência superior, de um acesso qualificado à verdade e assim por diante, ao mesmo tempo justificando assim a exclusão da participação do vulgo na condução da cidade, a necessidade da submissão geral à casta dos chefes sabedores e sacralizados e a promoção de uma "religião popular" da servidão voluntária que ponha de vez fim às veleidades de acesso à cidadania igualitária dos dominados, tidos por incapazes de aceder a uma justa representação do bem comum.
msp
Que fôlego, miguel.
Dez longas linhas sem um único ponto final, um ponto e vírgula, um equivalente a um sinal como este - ' - que na escrita musical designa "respiração".
Muito bem, miguel, está provado que a academia faz mesmo falta.
Obrigado.
CV
Carlos Vidal escreve, no comentário anterior, sem se dar ao trabalho de me responder, que "está provado que a academia faz mesmo falta". Mas esquece-se do pronome pessoal "me". Não é grave, pois que a academia LHE faz mesmo falta, já toda a gente sabia. Toda a gente que sabe quem é o Carlos Vidal, claro. Que a outra também não merece menção nominal. É só para ser pastoreada. Até mais ver.
msp
O Miguel Serras Pereira lá encontrou uma forma educada de me chamar chulo.
No problems. Maré alta.
E sem ressentimentos, sou
C. Vidal
Passei um bom quarto de hora no mais estrénuo exame de consciência a tentar descobrir por que razão acha o Carlos Vidal que eu lhe chamei "chulo", por lhe dizer que a academia lhe fazia falta para poder pastorear a outra gente. A razão continuou misteriosa para mim.
Procurei inspiração nos blogs da "esquerda fracturante" e em escritos da tendência arruaceira do ecletismo estalinista mais fashionable que também por aí circulam. Resultado: zero.
É verdade que por "academia" eu entendia um pouco mais que a universidade, e não necessariamente esta última - como se depreende dos meus comentários, sobretudo se confrontados com o estilo Vidal de fazer política.
É verdade também que dos meus comentários anteriores se concluía ser minha convicção que as soluções políticas que CV defende são regimes de exploração das populações que governam.
Mas, a menos que o CV dilate enormemente ou dialectize e caravaggiozizequize, o conceito de "chulo", fazendo-o equivaler ao do explorador em geral, continuo sem compreender. Valha-me que também não estou muito elucidado no esclarecimento. Este só pode ser do tipo da acusação que alguém me dirigisse de, qual pobre vítima de um acesso de galambismo incontrolável, lhe ter chamado "filho da puta", depois de eu lhe ter dito que não fosse grosseiro e seguisse antes o exemplo da camarada senhora sua mãe que era uma elegantíssima e sempre atenciosa dona de casa.
- Pois quê? Não sabes que o estatuto das donas de casa da burguesia é a prostituição legitimada pelo capital? E chamas dona de casa à minha mãe? - seria o argumento do meu interlocutor imaginário, "provando" que eu lhe chamara o que o parlamentar Galamba chama a meio-mundo.
Aposto que a prova de que lhe chamei "chulo", ao declará-lo adepto de regimes de exploração, que o CV exibirá não será menos erudita nem menos fiel ao pensamento do outro grande Carlos.
A ver vamos.
msp
Enviar um comentário