A que propósito os gestores da REN recebem prémios? Note-se que não me refiro aos prémios específicos do José Penedos, falo do principio geral:
A REN é uma empresa monopolista fortemente regulamentado e cuja missão é gerir a infra-estrutura física de distribuição de electricidade (e não, digamos, meter-se em grandes aventuras comerciais ou financeiras); mas, numa empresa assim, cuja actividade, pela sua própria natureza, deve ser monótona e previsível (e se não for, talvez seja mau sinal), que grandes "rasgos de genialidade" um gestor de topo poderá ter que justifiquem a própria existência de prémios para eles?
Na área puramente técnica, poderá justificar-se que alguns engenheiros recebam prémios (p.ex., alguém que descobre uma melhor maneira da fazer a ligação da cidade A à cidade B); mas na área da gestão, não estou a ver que grandes brilhantismos é suposto um gestor de uma empresa com estas características ter.
17/03/10
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2 comentários:
Precisamente, Miguel. No limite, uma empresa como a REN teria alguns estudos económicos, mas na maioria de engenharia. Não fôssemos tomados pela nomenklatura, e a empresa poderia custar metade aos contribuintes. Lamentável é que isto dê toda a razão à Direita: a privatização iria beneficiar os contribuintes, do ponto de vista da factura da electricidade.
Os gestores da REN recebem prémios pelo mesmo motivo pelo qual todos os trabalhadores da TAP recebem prémios: porque os prémios estão isentos de pagar impostos. Ou seja, na lei atual, os prémios não contam para os rendimentos que pagam IRS. Portanto, as empresas e os trabalhadores combinam que uma parte do salário é pago sob a forma de prémios.
(Peço antecipadamente desculpa por alguma incorreção técnica, mas tanto quanto julgo saber o que digo neste post está grosso modo correto.)
Luís Lavoura
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