O último número da Visão inclui um longo dossier - «O corredor do poder» - sobre o percurso do «núcleo duro da JS fracturante», cujos membros terão conquistado cargos e peso político «à sombra do poder e influência de António Costa e da liderança de Sócrates» – uma complexa trama de amizades e cumplicidades (estou a ser meiga na escolha das palavras…), onde nem as famílias terão sido esquecidas.
Não sei, nem francamente me interessa muito saber, que percentagem exacta de verdade há em tudo o que é detalhadamente descrito. Mesmo que não ultrapasse os 50%, trata-se de um peça fundamental para entrever o que é o pano de fundo de muito que vemos agora aparecer à boca de cena. Coloquei-a online aqui para quem não tiver tido a oportunidade de a ler e, também, porque pode ainda vir a ser um elemento útil para várias memórias futuras.
Um dos protagonistas é o já célebre Rui Pedro Soares, de 36 anos, que deixou há pouco a PT onde era administrador executivo desde 2006. Dele disse Sócrates, em entrevista recente, que só subiu naquela empresa por mérito próprio. Depois de ouvir um excerto das declarações que fez à Comissão de Ética da Assembleia da República, sinto-me gozada.
O país segue quando for possível.
O país segue quando for possível.
P.S. - 1,533 milhões de euros de salários, em 2009?
6 comentários:
Ainda bem que trouxeste isto para aqui, Joana. É uma bela reportagem e um retrato deprimente das elites de "esquerda".
Conheço um dos jornalistas: é sério.
Isto é um poço sem fundo, Miguel.
Joana Lopes
Usa a reportagem, mas trata-a com pinças. Comentários como "mesmo que 50 %" seja verdade
- e, já agora,
esclarecimentos que nos "afiançam" que "um dos jornalistas é sério" dizem muito do desdém com que é tratada sumariamente a profissão dos jornalistas- a qual me orgulho de não pertencer, poderia eu dizer, na mesma veia fácil. Os jornalistas sempre foram tratados como uma espécie de classe pária em todas as sociedades modernas. Porque não dizer, por uma vez: excelente reportagem, óptimo trabalho. Parabéns.
M. Ribeiro,
Tratei a reportagem «com pinças», para usar a sua expressão, porque o meu objectivo não era caucioná-la, nem sequer analisá-la em detalhe, mas pôr em evidência um caso flagrante e público de favoritismo político, que o vídeo faz entrar pelos olhos dentro.
Nada tenho contra os jornalistas, muito pelo contrário.
M. Ribeiro,
Quando assegurei a seriedade de um dos jornalistas - presumo que a 2ª parte da sua observação me tinha como destinatário - não pus em causa a seriedade do outro jornalista, ou da classe em geral; apenas afirmei, e penso ter sido claro, que conheço pessoalmente um dos jornalistas e, com base nesse conhecimento, assegurei tratar-se de uma pessoa séria. Não asseguro isso em relação a quem não conheço, mas isso não autoriza a sua extrapolação.
Quanto à sua sugestão final, vem tarde: os parabéns foram transmitidos a quem de direito assim que a li, após a revista estar disponível.
Cumprimentos.
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