É importante pensar, sem aspirar a um consenso, o que detém afinidades. Do ponto de vista dos discursos – político, filosófico, militante –, é tão importante opor-se ao esvaziamento neutralizante da palavra “democracia”, como curto circuitar a anatematização da palavra “comunismo”. Dando um exemplo filosófico concreto, os pensamentos de Rancière e Badiou, neste particular, complementam-se, mais do se opõem.
Não se trata de cozinhar uma convergência, onde se quer discórdia fértil. Mas insistir no contrário – numa oposição sangrenta – falharia o crucial: duas vertentes contrastantes, mas afins uma à outra, de um mesmo combate.
Por isso, é tão necessário abandonar o fetichismo das questiúnculas... Para quê, afinal, o picanço?
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
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