Este ano não ouve muito essa conversa, mas nos últimos anos era moda em certos sectores dizer que teria sido melhor termos tido uma transição "à espanhola" do que o 25 de Abril.
Em primeiro lugar, é duvidoso que sem o 25 de Abril tivesse havido a transição espanhola como houve - pelo menos de acordo com uma série que há uns anos o Canal História passou sobre "a transição", foram muitas as ocasiões em que Adolfo Suarez só conseguio vencer a resistências da "linha dura" mostrando-lhes o exemplo português (mais ou menos numa "se não reformamos, é isto que vai acontecer").
E, de qualquer forma, segundo o FMI, entre 74 e 79 (o período da nossa revolução e da transição deles) a economia portuguesa teve um crescimento médio de 3,06% ao ano, contra apenas 2,51% em Espanha - ou seja, a tese que a culpa do nossa atraso é do PREC parece ser desmentida pelos números.
26/04/10
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1 comentários:
um bom livro para ajudar a perceber que a "transição espanhola" não teria sido possivel sem a alteração radical da situação em Portugal, é "A Revolução Portuguesa e a Influência na Transição Espanhola (1961-1976) de Josep Sánchez Cervelló, da Assíriio e Alvim.
Contudo,
chamar-lhe "transição" é uma falácia; porque como se sabe o Franquismo foi transmitido em mão ao Rei da Casa de Bourbon como sendo uma encomenda eterna (e como ainda se vai vendo no caso do juiz que pretendia reabilitar a memória das vitimas de Franco)
Adepto como sou da acção directa, pior seria ainda o disfarce se os movimentos revolucionários das diversas espanhas não tivessem em tempo oportuno despachado o almirante Carrero Blanco com o record mundial do salto em altura na categoria de Fascistas.
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