07/04/10

A consola assassina

Não existe guerra sem «danos colaterais». E quem disser que existe, mente. Justa ou injusta, toda a guerra os comporta. E, se exceptuarmos a Operação Barbarossa, que deveria ter levado os nazis até às portas do Kremlin mas apenas forçou o fim do pesadelo que seria o seu Reich de Mil Anos, não existe na história humana campanha alguma com maior volume de mortos e feridos inocentes do que aquela, justíssima, desencadeada em 6 de Junho de 1944, por terra, mar e ar, a partir das praias da Normandia, França adentro e mais adiante sobre o território alemão. Todavia, acções como a agora divulgada, lançada em 2007 por tropas americanas, a partir de um helicóptero Apache, contra civis desarmados que circulavam em ruas de Bagdad, não impõem «efeitos colaterais» coisíssima alguma. São apenas crime, praticado por uns quantos delinquentes treinados e enquadrados para usarem – no Iraque como na Chechénia – a sua consola em brincadeiras perigosas com fogo real. É assustador, mas sobretudo inaceitável.

1 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

Inaceitável, cobarde, vergonhoso, clamorosamente criminoso.