28/04/10

Não é só o Estado que pode ficar sem dinheiro (corrigido)

Nos últimos meses, dias e horas têm-se falado muito do "rating" da República Portuguesa, da "consolidação orçamental", do PEC,  etc., etc.

Mas parece que há outro sector que os mercados internacionais também acham à beira da falência (talvez ainda mais do que o Estado):


[gráfico roubado ao Bussiness Insider]

Basicamente, um CDS (credit defaul swap) é uma espécie de contrato que funciona como seguro contra incumprimento - se eu investir em CDS's  no valor nominal de 1000 euros sobre o banco X e esse banco falir (ou, por qualquer razão, não conseguir pagar as suas dívidas), recebo 1000 euros; no fundo, o valor de mercado dos CDS corresponde à probabilidade estimada da entidade em causa falir - se os CDS's dos bancos portugueses estão a ser transaccionados a 300 (o que quer dizer que um CDS no valor nominal de 1000 euros 10.000 euros custa realmente 300 euros), significa que os investidores acham que há 30% 3% de probabilidade dos bancos portugueses falirem (isto é uma média, claro - para alguns bancos, a probabilidade será maior que esta, para outros menor).

E, claro, se um banco português falir (ou andar lá perto), aí é que o Estado português vai também à falência (lembram-se do aval e garantias afins?).

1 comentários:

Pedro Viana disse...

As duas situações estão interligadas. O agravamento dos CDS para os bancos portugueses resulta das dificuldades acrescidas de re-financiamento que estes encontram no estrangeiro, o que por sua vez advém da degradação do seu "rating", o qual está intimamente ligado ao do Estado Português: tanto quanto sei a regra - não me perguntem porquê - é que um banco não pode ter rating (muito) superior ao do Estado onde está sediado. Vejam o modo como o "rating" dos 5 maiores bancos a operar em Portugal desceram automaticamente após a descida do "rating" do Estado Português. Não me interpretem como estando a defender os bancos. Cruz-credo! Apenas constato a situação. Não sei quem irá falir primeiro, Estado ou bancos, mas se tal acontecer, os outros não se "safam".