As imagens de deputados e deputadas italianas aos beijos têm percorrido o mundo. O motivo, a aprovação de uma lei que pretende penalizar a homofobia e a transfobia, é mais que justo. Os seus protagonistas, contudo, deixam muito a desejar. A responsabilidade da iniciativa partiu do grupo parlamentar do Movimento 5 Estrelas, liderado pelo comediante Beppe Grillo, que nas últimas legislativas obteve um enorme sucesso eleitoral. A sua agenda «progressista» e «moralizante» , com todas as causas já conhecidas (limitação dos mandatos, fim dos privilégios a políticos, aumento da participação via referendos e participação online, entre outros), parece apenas limitar-se a algumas áreas.
Além da proximidade com elementos de extrema-direita e de frequentes comentários anti-semitas, Grillo tem sido responsável por declarações políticas contra a imigração. A primeira, em 2007, quando no seu blog terá escrito o seguinte: "Um país não pode viver além de seus meios. Um país não pode jogar sobre os ombros de seu próprio povo, os problemas causados por dezenas de milhares de ciganos da Roménia que chegam a Itália". A segunda, em 2011, quando classificou como não prioritária a atribuição de cidadania a imigrantes. De resto, é importante mencionar que o programa eleitoral do Movimento 5 Estrelas, cuja adesão é reservada a cidadãos italianos, não incluía qualquer menção ao assunto da imigração no seu programa.
Aparentemente, os únicos lábios a beijar devem ser nacionais.
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