10/03/10
Agressão a professores como crime público?
por
Miguel Madeira
Exactamente, porque é que a agressão a um professor há de ser um crime publico (isto é, um crime que não necessita de queixa)? Ou dito de outra maneira - porque é que uma agressão a um professor há de ser diferente de uma agressão a um canalizador?
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8 comentários:
Que tal: porque é crime contra um funcionário público no exercício das suas funções? tal como agredir um polícia, um bombeiro etc?
Há algumas diferenças relevantes entre um professor e um canalizador.
O canalizador, se é agredido, pode recusar-se a voltar a trabalhar para quem o agrediu. O professor não pode, pois que o aluno não pode (facilmente) ser expulso da escola.
Luís Lavoura
HY e Luís Lavoura,
o que dizem é válido para todo e qualquer funcionário público. e que eu saiba (mas se calhar naõ sei) não chega que o agredido seja funcionário público para que seja crime público. ou não?
E porque não? A agressão, ou juridicamente, ofensas à integridade física, é um crime público em muitas situações, como a violência doméstica, e bem, porque deve ser este caso uma excepção?
E atenção, sou mãe, não funcionária pública e muito menos professora.
Penso que a excepção são os casos em que a agressão é um crime público.
Se o professor e o canalizador forem agredidos fora do âmbito das suas profissões, o tratamento dos dois casos é exactamente o mesmo, e é assim que deve ser.
Se o professor for agredido no exercício da sua profissão e em consequência dela, o caso é obviamente diferente. Tanto mais que, conforme assinalou o Luís Lavoura, o canalizador, mesmo que agredido no exercício das suas funções, pode proteger-se contra agressões futuras pelo simples expediente de não voltar a trabalhar para aquela pessoa. O professor não pode, em princípio, recusar-se a dar mais aulas numa certa turma enquanto o agressor fizer parte dela.
Deve dar-se mais protecção a quem é mais vulnerável: o professor é mais vulnerável que o canalizador; logo, deve dar-se mais protecção ao professor.
PS: O canalizador pode sempre responder a um estalo com outro estalo; o professor está expressamente proibido de o fazer, sob pena de graves consequências disciplinares.
No dia em que um professor, ou um aluno, vítimas de bulling, causar numa escola um massacre como o ocorrido em Columbine, nos Estados Unidos, vou ver todos os merdas pseudo-responsáveis pelo ensino escolar a arranjar desculpas esfarrapadas para atribuírem as culpas ao pessoal auxiliar - os contínuos e mulheres de limpeza - que não vigiaram as "crianças" como era sua obrigação.
A partir desse momento, a merda do bulling, vai acabar nas escolas.
Se o pai do Leandro tivesse tomates, neste momento, o bulling já era uma coisa do passado.
Tenho uma filha na escola. Nunca foi vítima de bulling e espero que nunca seja. Se, por azar, algum dia o fôr, podem ter a certeza de que os autores não vão ter vontade nem tempo de o praticarem com mais ninguém.
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