Num total de 3.000 milhões de desempregados em 2009, e de 4 milhões previstos para 2010, 850.000 chegaram ao fim dos subsídios em 2009 e o mesmo acontecerá a mais 1.000.000 em 2010.
Em preparação, uma grande Marcha de 900 kms, entre Marselha e Paris, de 25 de Maio a 14 de Julho de 2010. À chegada, será apresentada às autoridades uma série de exigências mínimas de protecção para os que não aceitam ser «os esquecidos da mundialização económica».
«Os governantes não hesitam em citar alegremente a Convenção universal de direitos do homem para aparecer como “ardentes defensores dos direitos humanos e democráticos”. (…) É inaceitável que a 4ª potência económica mundial irradie os desempregados que deixam de ter direito a subsídio (…), ao mesmo tempo que dá de graça aos banqueiros, principais responsáveis pela banca rota e arquitectos da crise permanente, várias dezenas de milhões».
Todos diferentes, todos iguais - por essa Europa fora.
Mayday Lisboa
8 comentários:
Lá como cá, é uma falácia dizer que se dá "dinheiro de graça" aos banqueiros e que "foram os culpados da crise". Se aceitamos viver numa sociedade capitalista tem de existir banca e esta tem de estar de boa saúde, para que haja crédito para todos. O que tem de se pedir é uma transformação profunda no modo de produção; o capitalismo bem comportado não chega. Essa é a conversa que tanto me chateia no BE.
Quanto ao assunto propriamente dito, oxalá haja eco nos media, se bem que não podemos esperar mais do que notícias bem filtradas e discursos escolhidos a dedo, a prejudicar à partida o movimento.
Muito corajoso post. Como diz Robert Castel, na " Subida das Incertezas ", o capitalismo hodierno está a transformar em "saldo" pela sua lógica implacável de perversidade os assalariados e os precários de França, da Europa e do Mundo. Destaco as lutas de alta combatividade- de ocupação e retaliação da parte dos trabalhadores de destruição total da unidade fabril- da terceira mais importante, a nível mundial, fábrica de próteses mamárias, a Poly Implant, em La Seyne-Sur-Mer, no Var, onde 120 operários e técnicos se barricam protestando contra os processos de fecho dos patrões. E também de uma unidade fabril de componentes automóveis,a Sodimatex, em Crépy-Sur-Valois, onde 6o trabalhadores ameaçam fazer explodir a unidade.
A legislação laboral compulsiva e imperativa - com uma lógica de afrontamento de classe muito forte e cruel- imposta por Sarko e o seu Governo de centro-direita, criou o caos e uma ameaça social e política muito grave em França, hoje. Há quem sinalize,por outro lado , que a taxa média de Desemprego e Precaridade atinge já os 13 por cento da população activa. Niet
Oxalá, camarada Joana, esta marcha viesse a ser a tomada da Bastilha da actual direcção de economia, quebrando a prisão e a condição neo-servil em que esta mantém os precários e tendencialmente também o conjunto da grande maioria da população que a precariedade ameaça.
E oxalá essa tomada da Bastilha fosse o prelúdio próximo do pôr termo ao exercício do poder político que a direcção da economia confere a um Primeiro Estado ou camada oligárquica cada vez mais restrita e mais poderosa - o prelúdio próximo do fim do regime que condena à Bastilha da precariedade uma parte crescente dos seus cidadãos e mantém os restantes sob a ameaça da mesma exclusão cívica - o prelúdio próximo de uma transformação da economia pela extensão da capacidade política dos cidadãos e da sua autonomia governante.
Bref, tout ça prouve aux combattants
Qu'Marianne a la peau brune,
Du chien dans l'ventre et qu'il est temps
D'crier : « Vive la Commune ! »
Et ça prouve à tous les Judas
Qu'si ça marche de la sorte,
Ils sentiront dans peu, nom de Dieu,
Qu'la Commune n'est pas morte !
Abraço
miguel sp
Caro Anónimo, registo que aceita «viver numa sociedade capitalista». Eu sei que vivemos, mas não me conformo - é isso que nos separa.
Corajoso, este post, Niet?... Bem modesto...
Oxalá, sim, Miguel, sem grandes esperanças no imediato, confesso...
A Precariedade do Jornal Le Monde- Somos da geração dos que cresceram, lado a lado, com a aquisição do Le Monde depois da hora do almoço, começo da tarde, no Quartier Latin...Havia o "Rouge" e o "Monde Libertaire": mas eram semanários vendidos por militantes à saída do Métro...
Ora, li no Mediapart um artigo de Philippe Cohen, destacado de Marianne,que da a instituição " Le Monde " à beira do abismo: Dívida de 100 milhões de Euros, redacção sobrelotada em risco de ficar sem salários a partir de Julho...E a procura de um partenariado " nebuloso " com a Prisa ( El País) e o clan Benedetti/ La Reppublica, para lá do fundo de investimento , made in USA, que já tem poderes na Prisa...
Será que vamos assistir ao "aparecimento" de um oligarca russo-poutiniano que esteja disposto a adquirir um dos mais célebres jornais do Mundo? Niet
Regressado de mais um período de incursões por outras selvas, não quero deixar – ainda que com uma eternidade de atraso – de manifestar o meu regozijo por ver a Joana mais uma vez fora do álbum de recordações em que se tem vindo a transformar o “Caminhos”, cada vez mais carregado em tonalidades sépia e odores a arquivo morto, que alguns jactos de desodorizante, cada vez mais raros, não são suficientes para disfarçar.
Vai daí, continue pois a Joana a contar com a atenção deste “leitor não profissional” – a expressão é do Miguel Serras Pereira, a quem estendo também o meu particular interesse – agora mais por estas bandas.
nelson anjos
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