03/11/11

Ainda sobre a reabilitação militante dos Protocolos dos Sábios de Sião

Sobre um artigo que exprime e propagandeia uma "opinião" à qual o Avante! considerou justo abrir as suas páginas, Manuel António Pina escreve o seguinte,  que nunca será demais sublinhar:

Alguns dos motivos por que não leio o "Avante!" são os mesmos por que talvez devesse lê-lo. De facto, com não rara ingenuidade, ali fica frequentemente à vista, a justificar posições do PCP em matéria de política internacional, um rosto tenebroso que aparentemente (e só uso esta palavra por respeito pela história do PCP) se oculta sob a máscara de tolerância que o partido internamente exibe. Como compreender, por exemplo, que o PCP se bata contra as leis ultra neo-liberais do trabalho em Portugal apoiando, ao mesmo tempo, a exploração selvagem do trabalho assalariado na China?

Desta vez, o órgão oficial do PCP não hesita em usar o ominoso texto anti-semita dito "Protocolos dos sábios de Sião", gigantesca fraude congeminada no século XIX pela polícia política czarista, para "explicar" a actual situação internacional. "A história dos 'Protocolos' poderia, em princípio, parecer um conto de fadas, mas os quadros dos anúncios que aí se promovem são bem reais", diz o "Avante!", repetindo despudoradamente Hitler no "Mein Kampf": "Eles [os 'Protocolos'] são baseados num documento forjado [...]: é a melhor prova de que são autênticos".

Para o PCP, a "ameaça judaica" com que os nazis justificaram a sua política de extermínio mantém-se e idem aspas o "plano [judaico] de dominação mundial", agora também do... Vaticano.

Eis um rosto repugnante, o do anti-semitismo, que o PCP deveria ter vergonha em exibir
.

Post-scriptum: Convém honrar também os nomes daqueles que, nos seus blogues, cada um a seu modo, não faltaram com a sua denúncia desta reabilitação das justificações do extermínio. Ocorrem-me, de entre os que li, os seguintes e peço desculpa aos que não refiro por desconhecimento: Paulo Granjo, José Simões, Ana Cristina Leonardo e Joana Lopes.

42 comentários:

Anónimo disse...

Não conheço o camarada Messias que escreveu o texto que se transformou na razão do choque generalizado que tenho visto tão repetidamente exposto, mas li o texto, que eu nunca teria escrito e as referências que eu nunca teria feito. Mas conheço o PCP e as suas posições sobre o fascismo e o nazismo.
O texto de Messias pode ser infeliz, mas escrito, acintoso e extemporâneo, mas o seu alegado anti-semitismo é francamente excessivo. Como disse, não conheço Messias, apenas alguns dos seus escritos, que me interessam pouco razão pela qual raramente os leio, nunca denotei contudo, além de um ateísmo evidente e de um anticlericalismo militante, traços de anti-semitismo ou outra forma de racismo. Mas sei que o PCP não tem um rosto anti-semita, como é enunciado hoje na crónica aqui extensamente citada.
Eu sou pouco complacente com extremismos religiosos, sejam eles cristão, islâmicos ou judeus-sionistas, e não creio que tal faça de mim um perigoso racista e anti-semita.
Mas percebo que quem tem em relação ao PCP uma determinada concepção, veja nestas questiúnculas a ponta de linha para tecer uma toalha.
Algum dos chocados consegue sustentar a acusação feita nestes dias, com provas de acções e posições, que classifiquem o Partido Comunista Português como sendo um partido com um ideário anti-semita?

Bruno Simão

Ana Cristina Leonardo disse...

Essa história é um nojo.

Vítor Dias disse...

Verdadeiramente vergonhoso é que. até ao contrário de numerosos blogues, uma pessoa como Manuel António Pina
consiga em toda o seu texto omitir que se trata de um crónica ASSINADA de um colaborador do Avante!, só para mais facilmente responsabilizar o Avante! e o PCP perante os seus leitores.

Ana Cristina Leonardo disse...

Ó claro, Vítor Dias, e falta acrescentar a terrível influência do texto do MAP no projecto das câmaras de gás. Santa paciência!

Ana Cristina Leonardo disse...

E talvez isto esclareça o Bruno Simão

http://derterrorist.blogs.sapo.pt/1723612.html

Anónimo disse...

Ana, a prova que apresenta sobre o alegado carácter anti-semita do PCP é um texto de opinião sobre actos cometidos por Stalin na década de 50? Não está a falar a sério, pois não?!

Bruno Simão

Ana Cristina Leonardo disse...

Ó bruno, peço desculpa se pareço muito estúpida. Mas afinal o internacionalismo proletário não funciona?

Anónimo disse...

Não tem de pedir desculpa, cada um é como é.

Bruno Simão

Ana Cristina Leonardo disse...

Pedindo de novo desculpa. A resposta queria dizer que sou mesmo muito estúpida ou que o internacionalismo proletário não funciona? Ou qq outra coisa que me escapa, sei lá...

Anónimo disse...

Já eliminaram o link deste blog para o do antissemita Xatoo?

joão viegas disse...

Bom, eu ja passei para a fase estética.

Porque, francamente, irritar-me com posições indignas (e contraproducentes, mas enfim...), mesmo por parte de pessoas que não associo normalmente ao pavlovianismo, como dizer... cansa !

Em contrapatida acho perfeitamente admiravel a destreza de alguma tentativas desesperadas de salvar a coisa, ao jeito do inenarravel Vidal do 5 dias : "O Mal existe, logo, que importa estar erradamente associado aos judeus ? Que importa mesmo que alguns milhões de judeus tenham sido exterminados em nome dessa falacia ? O que conta mesmo, é que o mundo continue a estremecer ao ver que alguém (que até pode não se chamar Hitler nem nada) possa tomar medidas drasticas para erradicar o mal, no fundo foi apenas isso que o angélico Messias quis dizer".

Variante mais directa : "Interessa la o facto do Protocolo ser um documento falso, se a realidade que ele denuncia esta ai, e se o Messias apenas esta a falar dessa realidade ?"

A minha pergunta é : supondo que essa gente vivesse num tempo em que ser comunista não expunha unicamente ao risco do ridiculo, sera que eles teriam mesmo sido comunistas, ou devemos imagina-los antes a cair nos braços do extremo oposto ? Não sei não...

Brrrrr

Miguel Serras Pereira disse...

Vítor Dias,
creio, mas desminta-me se me engano, que V. não aprova a reabilitação dos Protocolos. Creio que vários outros militantes do PCP meus conhecidos não só não aprovam o texto de Jorge Messias como não podem deixar de repudiá-lo. Por isso mesmo, no primeiro post que dediquei ao assunto dei conta da estupefacção com que lera o texto de JM.
Dito isto, creio que o Avante! é um órgão oficial do PCP e que, como qualquer jornal oficialmente porta-voz de um partido, só publica opiniões que acha aceitáveis no interior do mesmo partido (ainda que não espelhem a sua posição oficial). Ora, não me julgando eu menos pluralista do que V. nem a fortiori do que o PCP, o que lhe posso dizer é que recusaria a publicação de qualquer texto semelhante neste blogue ou em qualquer revista de opinião em que exercesse responsabilidades. Sendo assim, embora o texto de JM não vincule o PCP, o Avante!, como já escrevi noutro lado: o artigo "não vincula o PCP – de acordo. Eu próprio no post que dediquei ao assunto não só dava conta, da estupefacção que me causou ver o artigo publicado no “Avante!”, como sugeria que só uma “infiltração” poderia explicar o acontecido.
O que me parece é que, pelo menos, o “Avante!” estaria vinculado, para se ilibar da acusação de dar guarida a apologias dos Protocolos, a desautorizar a “tribuna”. Apesar de tudo, trata-se de um órgão oficial do PCP, o que faz com que as opiniões que publica, embora não vinculando o PCP, sejam tidas como aceitáveis e DEVAM ser aceitáveis no interior do Partido".
Ou como escreve o Paulo Granjo: "O director de um jornal é, em termos legais e na prática, responsável por tudo o que é publicado no orgão de comunicação que dirige. Um jornal partidário tem a responsabilidade suplementar de pugnar, no que aceita publicar, pela imagem do partido que representa junto da opinião pública e dos seus próprios membros. Todos os jornais são selectivos, os jornais partidários mais que os restantes, e essa responsabilidade última cabe ao director. Conforme explicitei em resposta anterior (…), as limitações de conhecimentos históricos e teóricos da pessoa que ocupa essa posição de director podem ser uma atenuante para uma obscenidade destas, embora não a justifiquem. A alternativa a isso seria bem mais grave, em termos políticos" (http://5dias.net/2011/11/02/eu-bem-sei/comment-page-1/#comment-233446).

Saudações democráticas

msp

Ana Cristina Leonardo disse...

O Carlos Vidal censurou o comentário em que me limitava a fazer-lhe notar que as posições dele estavam bem para as da Esther Mucznik, a quem classificava de tonta mas, rovavelmente, não gostou da comparação.
O Vidal lembra-me aquilo tipo que quis inventar uma biologia marxista-leninista,o Lysenko. Tem uma certa graça porque não vivemos na URSS de antanho.

Ana Cristina Leonardo disse...

Ó Miguel, tu desculpa, mas essa conversa legalista sobre quem é responsável pelo texto é, na minha modesta opinião, tempo perdido. O PC, pluralista? Deixa-me rir. Foi por acreditarem nessa treta que bastantes acabaram na Sibéria.
Quanto ao resto, citar os Protocolos é, a nível intelectual, o mesmo que citar as Profecias Maias. Só que os Protocolos ajudaram uns milhões a irem para as câmaras de gás. Tenham vergonha!

Anónimo disse...

Obrigado, ao vias de facto !
Com esta conversa aparvalhada, mercenária, vocês estão a fazer propaganda ao Avante! Perdou-o-vos, por isso. Sois, na actualidade, os continuadores da Okhrana e por isso lançais a infâmia sobre o Jorge, o Casanova, o Avante e cream de le cream sobre o santo nome do PCP. Sois por isso malditos, mil vezes malditos, vós, sim, cripto-sionistas; vós sim que nunca vos ergueste contra a barbárie sionista, ela sim anti-semita; vós que nunca recusaste a cumplicidade da infânia contra os comunistas; vós que achais que um comunista bom é um comunista morto; vós seguidores de Miguel de Vasconcelos e do Viva La muerte proclamado pelo general fascista Milan Astray.
Imperdoavel.
DESGRAÇADOS!

Edmundo Dantas




i

Ana Cristina Leonardo disse...

Ó Caraças!
Mas também o perdo-o-o! Vai em paz, Edmundo!

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Bruno Simão,
eu compreendo a sua perplexidade, mas não há grande volta a dar ao assunto: os Protocolos não são um texto "antyi-sionista"; são uma falsificação anti-semita e racista, que alimentam a ideia de uma conspiração judaica em vista da instauração de um governo mundial e da sujeição de todos os outros povos.
Se o problema fosse só o de vermos alguém, que se reclama do marxismo, fazer sua uma visão histórica retrógada baseada nas "teorias da conspiração", poderia ser alvo de algumas polémicas ou sarcasmos, mas não causaria o justificado alerta que causou.
Acresce que estamos a atravessar um período que, cada vez mais, evoca a situação da Europa entre as duas guerras, os anos de gestação do fascismo e do nazismo, os anos das purgas de Estaline, os anos de uma regressão que pareceu inverosímil a muitas das testemunhas dos seus primeiros passos. E, embora a história nunca se repita tal e qual, esses anos foram como os de hoje uma época de estranhas recomposições políticas: nomeadamente, houve várias mudanças de campo e assistiu-se à criação de movimentos fascistas e pró-nazis a partir da "evolução" e da "esquerdização violentista" de correntes sindicalistas, socialistas e comunistas. Ao mesmo tempo, assistiu-se também a uma degenerescência monstruosa do "bolchevismo" e à instauração na URSS de um regime que era a negação e a caricatura grotesca de tudo o que até então se entendera por "socialismo", "poder dos produtores associados" ou "república do trabalho", ou simplesmente por igualdade e liberdade.
Podia continuar, mas creio que para bom e honesto entendedor, já chega - e que V. compreenderá as razões de quem se preocupa com a emergência inquietante de certos sintomas.

Saudações democráticas

msp

Anónimo disse...

http://xatoo.blogspot.com/search/label/judeus
o que se pode ler num blog que o vias de facto tem na secção de links.

Miguel Serras Pereira disse...

Adenda:

Já que a Ana fala nisso e o João Viegas também, o que é, de facto, inquietante é que em posts que aclamam o PCP se possam ao mesmo tempo - com apaluso de numerosos acólitos que afinam pelo mesmo diapasão e sem grandes protestos ou firmes manifestações de repúdio de militantes do PCP - escrever coisas como as que o João cita. Querem um exemplo de teorização fascista (legítima, verdadeira, da Bayer)? Leiam o post do Carlos Vidal aqui referido, ou outro em que ele erige a "vontade geral" e a sua interpretação pelos capazes de a discernir em refutação da democracia, como reino da opinião (post escrito contra o Miguel Madeira e também publicado no 5 dias), e reparem, por fim, na sua retórica que repesca todos os traços distintivos mais repelentes dos seus antecedentes históricos…

msp

Vítor Dias disse...

Para Ana Cristina Leonardo :

Eu escrevi o que escrevi e não mais. Face ao que eu escrevi, a Ana Cristina assobia para o lado em vez de como era seu dever dar uma contribuição para explicar como é que, ao contrário da maioria dos blogues e do Público, conseguiu omitir que se tratava de uma crónica assinada por Jorge Messias. E, já agora, se este não foi o desonesto caminho escolhido pelo estimável M.A. Pina para tanto culpar e responsabilizar o PCP.


Para M.S.Pereira:

Começo por lhe dizer que os termos que usa são bem diferentes dos usados por M.A. Pina e que, assim sendo, não devia ser indiferente à crítica que fiz ao reputado poeta e estimável pessoa.

Depois, devo dizer-lhe que, tendo em conta uma muita longa exposição pública do meu pensamento político e ideológico, não «desço» à tarefa de explicar o que penso da crónica do meu velho amigo e camarada Jorge Messias ou dos protocolos de sião e afins.

Descanse, não venho dizer-lhe que está tudo nem assim e não podia ser de outra maneira.

Mas dizendo isto, não fico impedido de dizer mais duas coisas:

- uma é que, independentemente da minha opinião (que não é tão «liberal» assim) sobre a questão, não deixa de ser com alguma ironia que descubro tanta gente fora do PCP a reclamar um apertadíssimo controlo sobre o que escrevem, em crónicas ou textos assinados, os colaboradores do Avante!.

- a outra é para repetir o que já disse muitas vezes: a saber, que para já não falar nos outros 22 anos, até nos 14 anos em que fui da Comissão Politica do PCP, nunca considerei que as centenas de crónicas assinadas que escrevi no Avante! responsabilizassem o PCP. (Acresce que só ignorantes ou estúpidos não percebem que, por definição, o espaço de uma crónica, mesmo no órgão central do PCP, aborda necessariamente questões, declarações alheias, casos e temas sobre as quais nenhuma partidária tem condições para gastar o seu precioso tempo).

Vítor Dias disse...

queria dizer no final «nenhuma DIRECÇÂO partidária»

Diogo disse...

Como é que se pode ter a certeza absoluta de que os Protocolos são uma fraude? É uma questão de fé?


Em 1980, no capítulo «Lord Beaconsfield» da compilação "Cartas de Inglaterra", Eça de Queirós escreveu sobre Lord Beaconsfield, aliás o judeu Benjamin Disraeli (1804 – 1881), que foi primeiro-ministro do Reino Unido:

"A esta causa de popularidade [do judeu Benjamin Disraeli] deve juntar-se outra – a reclame. Nunca, um estadista teve uma reclame igual, tão contínua, em tão vastas proporções, tão hábil. Os maiores jornais de Inglaterra, de Alemanha, de Áustria, mesmo de França, estão (ninguém o ignora) nas mãos dos israelitas. [...] por outro lado nunca obstou a que o judaísmo europeu lhe prestasse absolutamente o tremendo apoio do seu ouro, da sua intriga e da sua publicidade. Em novo, é o dinheiro judeu que lhe paga as suas dívidas; depois é a influência judaica que lhe dá a sua primeira cadeira no Parlamento; é a ascendência judaica que consagra o êxito do seu primeiro Ministério; é enfim a imprensa nas mãos dos judeus, é o telégrafo nas mãos dos judeus, que constantemente o celebraram, o glorificaram como estadista, como orador, como escritor, como herói, como génio!"



E na mesmo compilação "Cartas de Inglaterra", no capítulo «Israelismo", Eça de Queirós escreveu:

"Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com quem se há-de bater!"

Ana Cristina Leonardo disse...

Vítor Dias, deixemo-nos de tretas. O artigo vinha publicado no Avante. O artigo, além de ignóbil, é estúpido. As razões que levaram o MAP a não citar o nome do autor são-me desconhecidas. Suponho que também para si, a não ser que tenha poderes esotéricos similares aos dos sábios citados. Mas o que me espanta mesmo é isto: tudo o que lhe ocorre é vir dizer que o MAP não cita o Messias? Olhe, eu teria citado. Sabe porquê? Porque Messias ainda torna a coisa mais ridícula.
E sobre quem "assobia para o lado" ficamos conversados.

Faltava o rapaz do Eça!

Diogo disse...

Henry Ford, 40 anos depois, colocou as mesmas questões de Eça de Queirós:

Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Campany e pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa. O seu automóvel, Modelo T, revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo.

Em 1918, Ford comprou um pouco conhecido semanário: «The Dearborn Independent». No princípio dos anos 20 este semanário publicou um conjunto de quatro volumes de artigos, cumulativamente intitulados «The International Jew» [O Judeu Internacional].

Jornal "The Dearborn Independent" - 29 de Maio de 1920:

Germany's Reaction Against the Jew [A reacção alemã contra o judeu]

[...] O judaísmo é o mais secreto poder organizado na terra, mais ainda que o Império Britânico. Constitui um Estado cujos cidadãos são incondicionalmente leais onde quer que estejam ou quer sejam ricos ou pobres.

O nome que foi dado pela Alemanha a este Estado e que circula por todos os outros Estados é Al-Judá [All- Judaan].

Os meios de poder do Estado de Al-Judá são o capital e o jornalismo, ou o dinheiro e a propaganda.

Al-Judá é o único Estado que exerce um governo mundial; todos os outros Estados só podem exercer governos nacionais.

A principal cultura de Al-Judá é jornalística; os desempenhos técnicos, científicos, literários dos judeus modernos são em todo o lado desempenhos jornalísticos. São devidos ao extraordinário talento dos judeus para a receptividade das ideias dos outros. Capital e Jornalismo combinam-se na Imprensa para criar o meio espiritual do poder judaico.

O governo deste Estado de Al-Judá está maravilhosamente organizado. Paris foi a sua primeira sede, mas já se mudou para outro lugar. Antes da Guerra (1914-1918), Londres era a sua primeira capital e Nova Iorque a segunda. Resta ver se Nova Iorque não irá suplantar Londres – a tendência é no sentido da América.

Como Al-Judá não está em condições de ter um exército e uma marinha permanentes, outros Estados fornecem-lhos. A sua armada é a armada britânica, que protege dos obstáculos o progresso de toda a economia mundial judaica, ou aquela parte que depende do mar. Em troca, Al-Judá acrescentou a Palestina ao controlo britânico. Onde quer que houvesse uma força terrestre (qualquer que fosse a nacionalidade do uniforme que usasse), esta apoiaria a marinha britânica.

(continua)

Diogo disse...

(Continuação)

Al-Judá está disposta a entregar a administração de várias partes do mundo aos governos nacionalistas; só pede para si o controlo dos governos. O judaísmo é intensamente a favor de perpetuar as divisões nacionalistas no mundo gentio (não-judeu). Porque, por eles, os judeus nunca serão assimilados por qualquer nação. São um povo à parte, sempre o foram e sempre o serão.

Só ocorrem problemas entre Al-Judá e outra nação quando esta impossibilita a Al-Judá o controlo dos lucros industriais e financeiros dessa nação. Al-Judá pode desencadear uma guerra, pode fazer a paz; pode criar a anarquia em casos mais obstinados, pode restaurar a ordem. Tem a força de uma potência mundial nas suas mãos e partilha-a entre as nações consoante estas apoiem os planos de Al-Judá.

Ao controlar as fontes de informação mundiais, Al-Judá pode sempre preparar as opiniões dos povos para o seu próximo passo. A maior exposição que ainda falta fazer é a forma como as notícias são produzidas e a forma pela qual a opinião de nações inteiras é moldada para um determinado objectivo. Quando o poderoso judeu é por fim descoberto e a sua mão revelada, vêm então os imediatos gritos de perseguição que ecoam pela imprensa mundial. As causas reais da perseguição (que são a opressão das pessoas pelas práticas financeiras dos judeus) nunca são ditas publicamente.

Al-Judá tem os seus vice-governos em Londres e em Nova Iorque. Tendo obtido a sua vingança sobre a Alemanha, irá continuar a conquistar outras nações. Já possui a Grã-Bretanha. A Rússia debate-se mas as probabilidades estão contra ela. Os Estados Unidos, com a sua tolerância amigável por todas as raças, oferecem um terreno prometedor. O palco das operações muda, mas o judeu é o mesmo através dos séculos.

Ana Cristina Leonardo disse...

E o Ford! Céus, e o Ford! Isto ainda acaba no livro de Dan Brown

Diogo disse...

Como se vê, Eça de Queirós, que foi consul de Portugal em França, Inglatrerra e Havana, e 40 anos depois, o industrial e inventor Henry Ford, pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa e um inventor prolífico que registou 161 patentes, têm uma visão muito semelhante sobre o assunto.

Uma visão, provavelmente mais abalizada que a da Ana Cristina Leonardo...

Ou não será?

Miguel Serras Pereira disse...

Vítor Dias,

pode crer que pondero os seus argumentos e considero que vale a pena discuti-los.
Talvez eu seja menos "liberal" do que V., sim - pelo menos nalgumas matérias. Julgo, no entanto, que V., quando me diz que nem tudo está bem assim, reconhece, apesar de tudo, que há ou devia haver limites para o que qualquer partido admite que se diga, senão em seu nome, pelo menos à sua sombra.
Duvido que, por hoje, V. e eu consigamos ir muito mais longe. Mas deixe-me transcrever aqui, à laia de resumo do diferendo, a resposta que um dos autores do blogue A Essencia da Pólvora, Dédé, deu aos que se indignaram com o post do Paulo Granjo em vez de o fazerem perante a publicação no Avante! de uma reabilitação dos Protocolos dos Sábios de Sião:
"(...) a opinião de Paulo Granjo sobre o Diretor do Avante não é propriamente um insulto. Pelo menos nada que se compare com o insulto que devia ser para todos os comunistas verem o Avante usado como veiculo de anti-semitismo e teorias da conspiração. Pelo que aqui leio para alguns não é. Espero que não estejam em maioria" (http://5dias.net/2011/11/02/eu-bem-sei/comment-page-1/#comment-233501).

Saudações democráticas

msp

Anónimo disse...

Como vêem o antissemitismo já não escandaliza a esquerdalhada, e toda a tolerância com delírios conspiranóicos e com irracionalismo permite agora facilmente tantas "dúvidas" quanto às "versões oficiais".
Começa-se a impor que o antissemitismo seja contrariado avançando uma crítica do capitalismo que não seja superficial.
Recomendo:
http://www.workersliberty.org/story/2010/02/05/zionism-anti-semitism-and-left
http://o-beco.planetaclix.pt/mpostone3.htm
http://obeco.planetaclix.pt/rkurz164.htm
http://www.engageonline.org.uk/pdf/postone_history_helplessness.pdf
http://leftantisemitism.wordpress.com/
http://luftmenschen.over-blog.com/
http://www.mondialisme.org/spip.php?article1600 (é preciso procurar o que interessa)
bom proveito.

vítor dias disse...

Para Ana Cristina:

Já calculava e agora está confirmado que para si não têm qualquer importância que MAP não tenha feito o que quase toda a gente fez.

E, em consequência, a Ana Cristina recusa-se a ver que se MAP tivesse feito as identicações correctas que a maioria fez, então havia várias parágrafos da sua crónica que ou saltavam ou tinham de ser escritos de outra maneira.

Pensava eu que mesmo um cronista não está em matéria de identificação dos factos liberto da obrigação que pesa sobre os jornalistas, ainda por cima, como é o caso, quando se foi um grande jornalista.

Mas isto devem ser mais tretas aqui do idoso rapaz.

vítor dias disse...

Para Ana Cristina:

Já calculava e agora está confirmado que para si não têm qualquer importância que MAP não tenha feito o que quase toda a gente fez.

E, em consequência, a Ana Cristina recusa-se a ver que se MAP tivesse feito as identicações correctas que a maioria fez, então havia várias parágrafos da sua crónica que ou saltavam ou tinham de ser escritos de outra maneira.

Pensava eu que mesmo um cronista não está em matéria de identificação dos factos liberto da obrigação que pesa sobre os jornalistas, ainda por cima, como é o caso, quando se foi um grande jornalista.

Mas isto devem ser mais tretas aqui do idoso rapaz.

Anónimo disse...

O Ford era um antissemita admirado por Hitler.

Como um link ficou quebrado vou voltar a metê-lo:
http://www.engageonline.org.uk
/pdf/postone_history_helplessness.pdf

Diogo disse...

Um judeu anti-semita?

Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau.

E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Um excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!


A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?

Anónimo disse...

Esta rapaziada do vias de facto insiste em fazer publicidade não paga ao Avante! Com efeito querem pôr os leitores, digo, as centenas de milhares de leitores portugueses do Dan Brown e do Zé Rodrigues dos Santos, designadamente, a lerem o Avante! e a, provavelmente, torná-los fanáticos do Jorge Messias, como, de resto, já é o meu caso.
Por outro lado, não sendo a Ana Leonardo loura, ao que me consta, começo a conjecturar se não serão discípulos de Goebbels, já que, repetindo mil vezes a mentira a erigiriam em verdade. Absoluta ?!!!
É caso para dizer, sem anti-semitismo, allah akba !
Sereis por acaso uma manifestação do anjo negro ?

Edmundo Dantas

Ana Cristina Leonardo disse...

escapou-me a relação entre eu poder ser loura e o goebbels

Diogo disse...

Proponho ao «Vias de Facto» um debate sério acerca do anti-semitismo e do holocausto. Há cada vez mais gente com cada vez mais dúvidas.

Espero que haja abertura de espírito neste site…

Miguel Serras Pereira disse...

AVISO À NAVEGAÇÃO

Falei há pouco de um fascista que se reclama do comunismo: Carlos Vidal O comentarista DIOGO é outro bom exemplo de um fascista que tenta pescar adeptos na esquerda e na extrema-esquerda. Sempre que surge um post a dizer que X escreveu isto ou aquilo de reaccionário, o Diogo diz que é preciso fazer-lhe uma espera e dar-lhe com força na cabeça. Sempre que se propõe uma greve, ele diz que é pouco e que aquilo que há a fazer é agredir exemplarmente alvos seleccionados. Etc., etc.
Ao mesmo tempo nega nos seus blogues e caixas de comentários dos posts de outros o holocausto e "autentica" os Protocolos.
Enviou para a caixa deste post não sei quantos comentários de falsificador-papagaio. Aí ficam para mostrar o que é um fascista e anti-semita militante.

msp´

Esta gente leva as coisas muito a peito disse...

Devem ser de Belmonte ou do Rosmaninhal (soys Loureiros ou Baratas? Loureiros têm má fé e Baratas arrastam cristo ao pé)

Diogo disse...

Caro Miguel Serras Pereira,

Comecei o meu blog em Fevereiro de 2005. Há quase 7 anos. Tente lá encontrar um post reaccionário.

Quando digo «diz que é preciso fazer-lhe uma espera e dar-lhe com força na cabeça», quero dizer que os políticos, os comentadores mediáticos e a elite da justiça estão a soldo do Grande Dinheiro. Se estiver atento, há-de reparar que não há nenhum peixe graúdo preso, não obstante terem aparecido nos media milhares de casos de polícia envolvendo esse mesmo peixe graúdo. No entanto, qualquer pobre diabo que seja apanhado a roubar umas bifanas no Pingo Doce, ou na posse de uns gramas de haxixe, leva vários anos de cadeia. Assim sendo, que devemos nós, cidadãos, fazer?

Quanto às greves, em minha opinião, só prejudicam os trabalhadores e as empresas e irritam boa parte da população. Entretanto, o Grande Dinheiro sorri…

Quanto ao holocausto judeu e aos protocolos, porque não há-de haver um debate isento? A História é uma ciência, não é uma crença. Vamos tirar as palas (que nos foram metidos há dezenas de anos) e encarar os acontecimentos históricos com inteligência e discernimento?

Abraço

Anónimo disse...

Oh, Ana, não existe de facto nenhuma relação entre o não ser loura e Goebells. A relação evidente é nos restantes elementos por mim referidos. Percebe, ou faço um desenho. Já agora, quando é que vamos tomar um café ? Sei que me exponho; mas afinal não é a vida um risco ...
Só espero que a ciumenta da minha Mercedes não me venha chatear a mona por esta inocência indecente.

Beijos.

Edmundo Dantas

Ana Cristina Leonardo disse...

Edmundo Dantas, de onde é que me conhece para saber se sou loura ou não? Naturalmente, a pergunta é retórica e como não tomaremos café de impossível resposta. Cumprimentos à Mercedes

Vítor Dias, a ver se a gente se entende de uma vez por todas. Essa conversa do Avante ser um jornal pluralista e, daí, não poder ser responsabilizado pelo que lá escrevem os seus cronistas é conversa para adormecer meninos. No dia em que me mostrar uma crónica do Avante a criticar a CGTP, o Álvaro Cunhal ou os poemas da Ermelinda Duarte, vou a Fátima de joelhos.
Repare, nem eu peço tanto. Já que até eu consigo perceber que aquilo é um jornal do PCP. Mas como trouxe à baila a conversa da independência dos cronistas, era só para esclarecer o assunto.
Ponto 2. A crónica do MAP diz, no essencial, o que qq pessoa razoável e informada diria: é repugnante que o Avante exiba/ cite / defenda nas suas páginas um texto que contribuiu para o que todos sabemos ter contribuído.
Esta é a ÚNICA questão que está em causa.
Se o artigo vem assinado pelo Messias ou pelo Maomé é irrelevante. Vem publicado no Avante. E se volta a falar-me em pluralismo e liberdade dos cronistas, tenho um ataque tipo a Melhor Piada do Mundo dos Monty Python e morro de riso.
Vir para aqui armado em intelectual de serviço, virgem pudica ofendida porque MAP não faz as "identificações correctas" é querer fazer de nós parvos. Comigo, pelo menos, escusa de perder tempo com tanta "tolerância".
A sua conversa - o seu "assobiar para o lado" - apenas me fez lembrar um diálogo do Woddy Allen retirado do Manhattan
" - Has anybody read that Nazis are gonna march in New Jersey, you know?
- We should go there, get some guys together.
- Get some bricks and baseball bats
and explain things to 'em.
- There was this devastating
satirical piece on that in the Times.
´- Well, a satirical piece in the Times is one thing, but bricks get right to the point."
Há assuntos em que o melhor é mesmo ir to the point.
Não percamos, portanto, mais tempo.

Anónimo disse...

A resposta do Bruno Simão de 3 de Novembro de 2011, às 18:06, é brilhante!