24/10/10

Sonata para violinos em Dó menor

 O crescimento ambientalmente sustentável, a promoção do emprego, o investimento público, a justiça fiscal, a defesa do Estado social terão de voltar ao vocabulário político através de entendimentos eficazes entre o Bloco de Esquerda, o PCP e os socialistas que apoiam convictamente o projeto alternativo de Manuel Alegre.
Boaventura de Sousa Santos

7 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...

Mas, camarada Ricardo, é um professor doutor de Coimbra e farol faraónico da ciência social pós-colonial refundada contra a indolência da razão, santo Deus. Um Fazenda da Academia e um Louçã tropicalista.
Pemitencia-te, Ricardo, ou queres que transformar as igrejas em assembleias de simples cidadãos que se governem sem doutrina nem doutores?

miguel (sp)

Diogo disse...

Quero que o Manuel Alegre se cosa…

Miguel Cardina disse...

Ricardo,
Recebida a mensagem lá em baixo. Compreendo perfeitamente, autocrítica incluído. E a beleza disto é mesmo a diversidade...

Entendo o parágrafo do Boaventura numa lógica de construção ampla de um campo da esquerda capaz de afrontar o estado a que isto chegou.

Sou sensível ao discurso de cautela com as lógicas que podem emanar das estruturas partidárias, mas parece-me que não é muito produtivo uma crítica total e feroz aos partidos ou à "doutrina", como lhe chama o Miguel.

Aliás, Miguel, acabaste de fazer um post-manifesto bem doutrinário...

Miguel Serras Pereira disse...

Caro camarada Miguel C,

leitor fiel do João Rodrigues, apesar de algumas discordâncias, deixei ontem nos Ladrões de Bicicletas, ao verificar que ele publicara um post tão elogioso como o teu sobre o artigo de BSS na Visão, o comentário que abaixo transcrevo (http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2010/10/ditamole.html). Ressalvo apenas que, de um modo geral, estou bastante mais próximo das tuas posições do que das do João Rodrigues, pelo que me surpreendeste ainda mais do que ele com o teu post (http://viasfacto.blogspot.com/2010/10/ditamole.html):

"1. Se os dados resumidos [por BSS] são interessantes, a conclusão e as vias de saída propostas são pouco mais do que votos piedosos.
2. O que é o "projecto alternativo" de Manuel Alegre?
3. Não há uma palavra sobre a democratização da economia e da esfera do trabalho. As correcções propostas limitam-se e muito vagamente ao domínio da redistribuição.
4. O famigerado pseudo-conceito de "fascismo social" é demagógico e mistificador. São, com efeito, as liberdades políticas e os direitos cívicos que o governo crescente da economia estabelecida põe em causa.
5. A sedução do João Rodrigues - que já temos lido muito mais inspirado - por este discurso deve ser um efeito do seu inexplicável apego à noção irresponsável e democraticamente suspeita de "Estado estratego". Como se a estratégia democrática não pudesse resultar só da vontade deliberada dos cidadãos e da extensão dos seus (contra)poderes políticos assentes na participação igualitária.
6. O "fascismo social" deixa na sombra e recalca a necessidade de publicização/politização democrática da direcção da economia, bem como a da superação da actual divisão do trabalho político.
7. O professor doutor de Coimbra Boaventura e o poeta Alegre de inspiração também amplamente coimbrã estão bem um para o outro. O que é desanimador é que espíritos sob outros aspectos tão lúcidos como o João Rodrigues se deixem arrastar e ser usados por campanhas e magistérios eclesiásticos que tão pouco têm a ver com o desenvolvimento da cidadania activa e participação democrática".

Um abraço para ti

miguel sp

Joana Lopes disse...

Miguel (sp),
Nem vou falar da «dictamole» (sim, também linkei, também acho um texto útil), mas apenas manifestar o meu espanto por tu recorreres ao argumento fácil anti-Coimbra. Falhaste dois alvos: podias ter incluído o João Rodrigues (julgo, sem certeza) e, já agora, o Miguel Cardina que por lá anda há 15 anos e será muito em breve doutor também coimbrão.
Só uma pergunta: acharias normal que eu justificasse as tuas opiniões dizendo que as mesmas se devem ao facto de seres de boas famílias? Assim não vale, Miguel…

Miguel Serras Pereira disse...

Joana,
alguns dos meus melhores amigos são de Coimbra ou lá vivem. A alusão era uma brincadeira - pouco original, de resto: tem sido usada, mutatis mutandis, por bloggers que se querem meter com o Vital Moreira: nunca deste por isso? ("É um professor doutor de Coimbra, valha-nos Deus…") Julgo até recordar-me de já ter lido brincadeiras da tua lavra, metendo-te com o nosso amigo Miguel (Cardina) pela sua fixação em Coimbra. Mas será partida da minha memória - tu dirás.
E, depois, além do Miguel Cardina, claro, há mais gente, na Universidade ou que por lá passou, que me merece consideração: o meu amigo de sempre Tito Cardoso e Cunha, Fernando Catroga, João Arriscado Nunes, Rui Bebiano, Vasco Santos… citados ao acaso e ao correr da pena.
Mas gurus, candidatos ou em exercício, não me peças que condescenda, coimbrões ou não.

Sans rancune

msp

Ricardo Noronha disse...

Coimbra é uma lição?