27/10/10

O sidonismo cavernícola de VGM

Cavaco Silva entendeu exercer o seu mandato no mais estrito respeito das normas constitucionais. No estado de esfarrapamento e depauperação em que Portugal se encontra, eu teria preferido mais voluntarismo da sua parte, isto é, que ele varresse a testada pondo essa gente no meio da rua sem demora. Mas reconheço que, constitucionalmente, não seria fácil despachar assim, sem mais nem para quê, um governo saído de eleições e com uma maioria a seu favor.
Por outro lado, nas últimas semanas, o seu magistério de influência e a sua capacidade de intervenção vêm-se mostrando decisivos para se chegar a uma solução de viabilização orçamental. Por via dela o País ganhará ainda um precário balão de oxigénio, e este Governo há-de seguir em funções até ser integralmente responsabilizado.
É claro que poderia ser desfiado aqui um ror de razões para apoiar Cavaco Silva. Mas entendo que para já basta uma só: Cavaco Silva é, neste momento, o único garante de que Portugal não vai a pique!
Se o país não pudesse contar com ele na chefia do Estado, lugar em que a sua autoridade, a sua experiência e o seu saber, quer no plano político, quer no plano profissional, lhe permitirão assumir um papel absolutamente fulcral, o resultado seria pior do que o de qualquer intervenção externa devida à bancarrota, viesse ela de Bruxelas, do BCE ou do FMI.

(publicado também aqui)

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