11/08/10

Contra os excessos de um penitente exasperado

Não há bela sem senão, e a prova é a labilidade política deste juvenil blogger que de manhã publica um post que honra a melhor tradição republicana e que à tarde se compraz, fechando a porta aos comentários, em parlapatices de ferrabrás do ciclo preparatório movido pela ambição de ser como o Valupi quando for grande.
No entanto, vá lá, num assomo de antecipação da maturidade adulta que todos lhe desejamos,  ele próprio reconhece que o desprezo que manifesta pelo seu alvo é "o mais vil e abjecto". Senão veja-se: "Gente desta laia (…) apenas terá da minha parte o mais vil e abjecto desprezo". Esclarecendo que a "gente desta laia" sou eu, digamos que ser alvo do "mais vil e abjecto desprezo" me inocenta para além de toda a legítima expectativa, ao mesmo tempo que condena com uma veemência superlativa, e pela sua própria boca, aquele que me despreza. Perante tal acto de contrição, quem sou eu para dizer ao ex-embaixador da "resistência islâmica" - ainda que intermitentemente em vias de conversão à laicidade republicana - outra coisa que não seja: "Vai, meu filho. Mantém o propósito firme de emenda que o teu coração experimenta e as tuas palavras traem. E não te recrimines tanto, ninguém é perfeito, não procures refúgio em confissões de impotência, aprende antes a pensar e a perdoar-te".

8 comentários:

Luis Rainha disse...

És mau...
:-)

José António disse...

Estão bem uns para os outros, MSP e RT e respectivos blogues: esgoto da blogosfera.

Miguel Serras Pereira disse...

Procuro não ser, Luis.
Mas, até para efeitos judiciais, tenho de tomar as minhas precauções quando alguém, ainda que para se penitenciar, me designa na praça pública como causa - por "sonhos molhados" interpostos - da sua impotência.

Abraço para ti

miguel sp

Miguel Serras Pereira disse...

José António,
é só a a cobardia que não lhe permite identificar-se nem que os outros o identifiquem quando os insulta - ou haverá por aí um resto de vergonha, bastante mal placée - homenagem que o vício presta à virtude?

José António disse...

Chamo-me José António Monteiro. Chega ou tenho de apresentar BI e Certificado de Registo Criminal para comentar neste blogue?

Miguel Serras Pereira disse...

José António Monteiro,
está muito melhor assim. E a minha satisfação - tal como, ao que ouso presumir, a dos leitores - maior seria ainda se V. se dignasse agora a argumentar um pouco menos parcamente a sua tese sobre o que considera, e porquê, serem os dois blogues a que se refere o "esgoto da blogosfera".

msp

José António disse...

Explico: neste blog são agressivos, insultam outros bloggers, perdem mais tempo com isso do que com problemas reais. No seu caso com textos delirantes. Fazem falta os que deixaram de escrever e os que bateram com a porta.
Mas pode-se deixar de aqui vir, o que farei a partir de hoje.

Miguel Serras Pereira disse...

José António Monteiro,
se tivesse começado por falar assim, em vez de fazer aquilo que acusa este blogue de fazer, talvez a discussão pudesse ser interessante.
Falando só por mim - e não em nome do blogue -, talvez me tenha acontecido ser um pouco mais agressivo quando denuncio posições irracionalistas e extremistas que se pintam de vermelho vivo e contribuem para os caldos de cultura do ódio à democracia e à cidadania responsável. Dito isto, não ma parece que a maior parte dos meus posts seja o conjunto daqueles em que cpolemizo pessoalmente com outros bloggers ou blogues. E, em todo o caso, posso dizer que os meus alvos têm sido os aparelhos de poder que reprimem a liberdade, igualdade e responsabilidade de uma cidadania capaz de garantir uma relação autónoma com as instituições e apostada na invenção instituinte de formas de autogoverno, que permitam ao mesmo tempo a universalização da condição de cidadão e a definição deste último como aquele que não é governado, não aceita ser governado, sem o direito (e a responsabilidade) de participar como igual nas decisões que o governam.
Poderá dizer-me que esta versão da democracia não lhe agrada ou não merece os seus favores. Mas é ela a ideia que subjaz e anima o essencial das minhas intervenções (nem sempre, com certeza, feitas com o acerto e a lucidez, a racionalidade e o espírito crítico, que me agradariam). Por isso, creio que as suas objecções deixam de lado o principal.

Sans rancune

msp